Quanto guardar por mês para comprar um apartamento: planejamento e metas realistas
Descubra quanto guardar por mês para comprar seu apartamento sem sufoco. Veja metas realistas, estratégias de economia e simulações práticas. Aprenda mais com a NoobMoney. quanto guardar por mês para comprar um apartamento
PLANEJAMENTO FINANCEIROORGANIZAÇÃO FINANCEIRA
Paulo Ferreira
4/24/20259 min ler


Quanto guardar por mês para comprar um apartamento: planejamento e metas realistas
O sonho da casa própria é um dos objetivos financeiros mais comuns entre os brasileiros. Ter um lugar para chamar de seu, livre de aluguéis e com a segurança de um patrimônio construído, representa uma conquista significativa na vida de qualquer pessoa. No entanto, para muitos, esse sonho parece distante devido aos altos valores dos imóveis e à dificuldade em acumular o montante necessário.
Se você se pergunta quanto guardar por mês para comprar um apartamento, saiba que a resposta depende de diversos fatores: o valor do imóvel desejado, o prazo que você estabeleceu para a compra, sua capacidade de poupança mensal e as opções de investimento escolhidas para fazer seu dinheiro render.
O sonho da casa própria começa com planejamento
Antes de começar a guardar dinheiro para comprar um apartamento, é fundamental estabelecer um planejamento sólido. Sem um plano bem estruturado, você corre o risco de economizar de forma ineficiente, escolher investimentos inadequados ou até mesmo desistir no meio do caminho por falta de clareza nos objetivos.
A importância de se preparar financeiramente
A preparação financeira para a compra de um imóvel vai muito além de simplesmente guardar dinheiro. Envolve organizar suas finanças pessoais como um todo, o que inclui:
Controlar gastos e eliminar dívidas: Antes de começar a poupar para um imóvel, é essencial quitar dívidas com juros altos, como cartão de crédito e cheque especial.
Criar uma reserva de emergência: Ter um fundo para imprevistos é fundamental antes de iniciar qualquer projeto de longo prazo.
Avaliar sua capacidade real de poupança: Faça um diagnóstico sincero sobre quanto você consegue guardar mensalmente.
Estabelecer metas intermediárias: Dividir o objetivo em etapas menores torna o processo mais motivador.
"Muitas pessoas começam a guardar dinheiro para um imóvel sem um plano estruturado e acabam desanimando no meio do caminho. É como iniciar uma viagem sem mapa – você pode até chegar ao destino, mas provavelmente vai demorar mais e enfrentar mais obstáculos." - Paulo Ferreira, especialista em finanças pessoais
Comprar à vista ou financiar?
Uma das primeiras decisões a tomar é se você pretende comprar o imóvel à vista ou optar por um financiamento. Cada opção tem suas vantagens e desvantagens:
Compra à vista:
Vantagens:
Economia significativa no valor total (imóveis à vista geralmente têm desconto)
Ausência de juros e parcelas mensais
Segurança de ter o imóvel quitado imediatamente
Poder de negociação maior com o vendedor
Desvantagens:
Necessidade de acumular um montante muito maior antes da compra
Tempo de espera mais longo para realizar o sonho
Capital que poderia estar rendendo em outros investimentos
Financiamento:
Vantagens:
Possibilidade de adquirir o imóvel mais rapidamente
Necessidade de juntar apenas o valor da entrada (geralmente 20% a 30% do valor total)
Possibilidade de morar no imóvel enquanto paga as parcelas (economia com aluguel)
Desvantagens:
Custo total muito maior devido aos juros do financiamento
Comprometimento da renda por muitos anos
Risco de inadimplência em caso de problemas financeiros
Quanto custa um apartamento hoje?
Antes de definir quanto você precisa guardar por mês, é necessário ter uma ideia clara do valor do imóvel que pretende adquirir. Os preços variam significativamente conforme a localização, tamanho, padrão de acabamento e infraestrutura do condomínio.
Média de valores por região
Os valores dos imóveis no Brasil apresentam grandes variações entre as diferentes regiões e cidades. Vamos considerar algumas estimativas médias para apartamentos de 2 quartos com aproximadamente 60m² em 2025:
Capitais da região Sudeste (áreas valorizadas): R$ 400.000 a R$ 800.000
Capitais da região Sudeste (áreas periféricas): R$ 250.000 a R$ 400.000
Capitais da região Sul: R$ 300.000 a R$ 600.000
Capitais da região Nordeste: R$ 250.000 a R$ 500.000
Capitais da região Norte e Centro-Oeste: R$ 200.000 a R$ 450.000
Cidades do interior (médio porte): R$ 180.000 a R$ 350.000
Custos além do imóvel: documentação, ITBI, escritura, reforma, etc.
Um erro comum ao planejar a compra de um imóvel é considerar apenas o valor anunciado. Na prática, existem diversos custos adicionais que podem representar de 5% a 10% do valor total. Entre os principais estão:
ITBI: varia de 2% a 5% do valor do imóvel, dependendo do município
Escritura e registro: aproximadamente 2% a 3% do valor do imóvel
Comissão de corretagem: geralmente entre 5% e 6% (quando não está incluída no preço anunciado)
Certidões e documentação: R$ 500 a R$ 2.000
Laudos e vistorias: R$ 500 a R$ 2.000
Reforma ou adaptação: valor variável, mas que pode representar de 5% a 20% do valor do imóvel
Mobília e eletrodomésticos: para quem está saindo do aluguel ou da casa dos pais, esse custo pode ser significativo
Como definir sua meta de economia
Agora que você tem uma ideia mais clara sobre o valor total necessário, é hora de definir quanto precisa guardar mensalmente para atingir esse objetivo dentro do prazo desejado.
Exemplo prático: imóvel de R$300 mil – quanto guardar por mês em 3, 5 ou 10 anos
Vamos considerar um apartamento de R$ 300.000 e calcular quanto seria necessário guardar mensalmente para comprá-lo à vista em diferentes prazos. Para simplificar, vamos assumir um rendimento médio anual de 8% (considerando investimentos conservadores a moderados):
Para compra em 3 anos:
Valor mensal a guardar: aproximadamente R$ 7.300
Total poupado após 3 anos: R$ 300.000
Total investido (sem considerar rendimentos): R$ 262.800
Para compra em 5 anos:
Valor mensal a guardar: aproximadamente R$ 3.900
Total poupado após 5 anos: R$ 300.000
Total investido (sem considerar rendimentos): R$ 234.000
Para compra em 10 anos:
Valor mensal a guardar: aproximadamente R$ 1.550
Total poupado após 10 anos: R$ 300.000
Total investido (sem considerar rendimentos): R$ 186.000
A importância de considerar a inflação e a valorização imobiliária
Ao planejar a compra de um imóvel a médio ou longo prazo, é fundamental considerar dois fatores que afetam diretamente o poder de compra do seu dinheiro: a inflação geral da economia e a valorização específica do mercado imobiliário.
Para se proteger desses fatores, é recomendável:
Investir em aplicações que historicamente superam a inflação
Acompanhar regularmente o mercado imobiliário na região desejada
Ajustar sua meta de poupança anualmente
Ter flexibilidade para adiantar ou postergar a compra conforme as condições do mercado
Simulações realistas: quanto guardar por mês em diferentes cenários
Cada pessoa tem uma realidade financeira diferente, por isso é importante analisar diversos cenários para encontrar o que melhor se adapta à sua situação.
Guardando 10%, 20% ou 30% da renda
Uma abordagem prática é definir quanto você consegue guardar mensalmente com base em um percentual da sua renda. Vamos simular diferentes cenários para uma pessoa com renda mensal de R$ 5.000:
Guardando 10% da renda (R$ 500/mês):
Em 5 anos: acumularia aproximadamente R$ 36.000 (considerando rendimento de 8% a.a.)
Em 10 anos: acumularia aproximadamente R$ 91.500
Em 15 anos: acumularia aproximadamente R$ 177.000
Guardando 20% da renda (R$ 1.000/mês):
Em 5 anos: acumularia aproximadamente R$ 72.000
Em 10 anos: acumularia aproximadamente R$ 183.000
Em 15 anos: acumularia aproximadamente R$ 354.000
Guardando 30% da renda (R$ 1.500/mês):
Em 5 anos: acumularia aproximadamente R$ 108.000
Em 10 anos: acumularia aproximadamente R$ 274.500
Em 15 anos: acumularia aproximadamente R$ 531.000
Com e sem financiamento (entrada de 20% + parcelas)
Muitas pessoas optam por uma estratégia mista: juntar dinheiro para a entrada e financiar o restante. Vamos analisar esse cenário para um apartamento de R$ 300.000:
Cenário com financiamento:
Entrada de 20%: R$ 60.000
Valor a financiar: R$ 240.000
Prazo do financiamento: 30 anos
Taxa de juros: 9% a.a. (média do mercado em 2025)
Parcela mensal aproximada: R$ 1.940
Custo total do imóvel após 30 anos: R$ 758.400
Para juntar os R$ 60.000 da entrada:
Em 2 anos: seria necessário guardar aproximadamente R$ 2.300/mês
Em 3 anos: seria necessário guardar aproximadamente R$ 1.460/mês
Em 5 anos: seria necessário guardar aproximadamente R$ 780/mês
Usando o FGTS na entrada
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) pode ser um importante aliado na compra da casa própria. Trabalhadores com carteira assinada podem utilizar o saldo do FGTS para dar entrada no imóvel, amortizar parte do saldo devedor ou pagar parte das parcelas do financiamento.
Onde guardar o dinheiro enquanto poupa
Escolher os investimentos certos para o dinheiro que você está guardando é tão importante quanto definir quanto poupar mensalmente. A estratégia de investimento deve equilibrar segurança, rentabilidade e liquidez.
Comparativo: poupança, CDB, Tesouro Selic, contas digitais
Poupança:
Rentabilidade: 70% da Selic quando esta for maior que 8,5% a.a. ou 6,17% a.a. + TR quando a Selic for menor ou igual a 8,5% a.a.
Vantagens: simplicidade, isenção de IR
Desvantagens: rentabilidade geralmente abaixo da inflação
CDB (Certificado de Depósito Bancário):
Rentabilidade: varia conforme a instituição, geralmente entre 100% e 120% do CDI
Vantagens: rentabilidade superior à poupança
Desvantagens: incidência de IR regressivo
Tesouro Selic:
Rentabilidade: acompanha a taxa Selic
Vantagens: baixa volatilidade, rentabilidade previsível
Desvantagens: incidência de IR regressivo e taxa de custódia da B3
Contas digitais remuneradas:
Rentabilidade: geralmente entre 100% e 110% do CDI
Vantagens: praticidade, geralmente sem taxas de manutenção
Desvantagens: algumas instituições não contam com a garantia do FGC
Como proteger o valor da inflação
A inflação é um dos maiores inimigos de quem está guardando dinheiro para objetivos de longo prazo. Para proteger seu patrimônio da perda de poder de compra, considere:
Investimentos indexados à inflação: Tesouro IPCA+ é uma excelente opção
Diversificação: não coloque todo seu dinheiro em um único tipo de investimento
Reavaliação periódica: analise o desempenho dos seus investimentos regularmente
Aumento gradual da contribuição mensal: aumente o valor poupado conforme sua renda cresce
Fundos imobiliários (FIIs): podem oferecer proteção contra a inflação imobiliária específica
Estratégias para acelerar a conquista
Se você deseja reduzir o tempo necessário para comprar seu apartamento, existem diversas estratégias que podem ajudar a acelerar esse processo.
Cortar gastos invisíveis
Os "gastos invisíveis" são pequenas despesas recorrentes que, somadas, consomem uma parte significativa da renda:
Assinaturas não utilizadas: streaming, aplicativos, revistas
Taxas bancárias desnecessárias: avalie se seu pacote de serviços é adequado
Pequenos gastos diários: cafés, lanches, refeições fora de casa
Compras por impulso: principalmente em promoções online
Juros e multas: por atrasos em pagamentos ou uso do rotativo do cartão
Criar fontes de renda extra
Aumentar sua capacidade de poupança através de fontes adicionais de renda pode acelerar drasticamente o tempo necessário para juntar o valor do imóvel:
Freelances relacionados à sua área de atuação
Venda de produtos ou serviços online
Monetização de hobbies e habilidades
Aluguel de bens que você já possui
Participação em pesquisas remuneradas
Criação de conteúdo digital
Bonificações, 13º salário e restituição do IR
Valores extras que você recebe ao longo do ano podem dar um impulso significativo ao seu objetivo se forem integralmente direcionados para ele:
13º salário: representa um adicional de 8,33% na sua renda anual
Férias remuneradas: o adicional de 1/3 pode ser poupado
Participação nos lucros (PLR): comum em muitas empresas
Restituição do Imposto de Renda: planeje-se para maximizar sua restituição
Bonificações e premiações: por desempenho ou campanhas específicas
Conclusão: paciência, foco e constância
Comprar um apartamento é uma conquista significativa que exige planejamento, disciplina e persistência. Ao longo deste artigo, vimos que o valor necessário para guardar mensalmente varia conforme o preço do imóvel desejado, o prazo estabelecido e a estratégia escolhida.
A importância de metas claras
Estabelecer metas claras e realistas é fundamental para manter a motivação ao longo da jornada. Recomendamos:
Definir exatamente o tipo de imóvel desejado
Estabelecer um prazo realista baseado na sua capacidade de poupança
Dividir o objetivo em metas intermediárias
Celebrar cada meta intermediária alcançada
Revisar periodicamente seu plano e fazer ajustes quando necessário
Reforço da mentalidade financeira positiva
Desenvolver uma mentalidade financeira positiva é essencial para o sucesso do seu planejamento:
Encare a poupança como um investimento em você mesmo e no seu futuro
Visualize regularmente o resultado final para manter a motivação
Compartilhe seus objetivos com pessoas próximas que possam apoiá-lo
Busque conhecimento constante sobre finanças pessoais e investimentos
Mantenha-se resiliente diante de imprevistos e contratempos
"Não é quanto dinheiro você ganha, mas quanto dinheiro você guarda, como ele trabalha para você e para quantas gerações você o conserva." - Robert Kiyosaki
Guardar dinheiro para comprar um apartamento é uma jornada que exige paciência, foco e constância. Mas com o planejamento adequado e as estratégias certas, esse sonho está mais ao seu alcance do que você imagina. Comece hoje mesmo, independentemente do valor que consegue poupar inicialmente. O importante é dar o primeiro passo e manter a consistência ao longo do tempo.
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