Quanto guardar por mês para montar uma reserva de emergência
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CONSTRUÇÃO DE RESERVA
Paulo Ferreira
5/7/20258 min ler


Quanto guardar por mês para montar uma reserva de emergência
Você já se perguntou quanto dinheiro deveria guardar todo mês para construir uma reserva de emergência sólida? Se sim, você não está sozinho. Essa é uma das perguntas mais comuns quando se trata de organização financeira, especialmente para quem está começando a levar as finanças a sério. A boa notícia é que existe uma resposta clara e adaptável à sua realidade.
Uma reserva de emergência bem estruturada é o primeiro passo para conquistar tranquilidade financeira. É ela que vai te proteger quando o inesperado bater à porta – seja uma despesa médica imprevista, o reparo urgente do carro ou até mesmo a perda temporária de emprego. Neste guia prático, vamos te mostrar exatamente quanto guardar por mês para criar sua reserva e como adaptar esse valor à sua realidade atual.
O valor ideal da reserva de emergência: entenda o básico
Antes de calcular quanto guardar mensalmente, precisamos definir qual é o objetivo final. De maneira geral, uma reserva de emergência completa deve cobrir entre 3 e 6 meses dos seus gastos essenciais. Essa é a chamada "Reserva 6x" que tanto falamos aqui na NoobMoney.
Por exemplo:
Se seus gastos mensais essenciais somam R$ 3.000, sua reserva ideal ficaria entre R$ 9.000 (3 meses) e R$ 18.000 (6 meses).
Se você gasta R$ 5.000 por mês com o essencial, o objetivo seria entre R$ 15.000 e R$ 30.000.
Mas por que essa variação entre 3 e 6 meses? Isso depende principalmente da estabilidade da sua fonte de renda:
Funcionários com carteira assinada: geralmente podem trabalhar com uma reserva próxima de 3 meses, já que têm maior previsibilidade de rendimentos e proteções trabalhistas como seguro-desemprego e FGTS.
Autônomos, freelancers e empresários: precisam de uma reserva mais robusta, mais próxima dos 6 meses, devido à maior instabilidade de rendimentos.
Calculando quanto guardar por mês: a fórmula prática
Após definir o valor total da sua reserva, o próximo passo é dividir esse montante pelo tempo que você pretende levar para completá-la. A fórmula é simples:
Valor mensal = Valor total da reserva ÷ Tempo (em meses)
Vamos a um exemplo prático:
Meta de reserva: R$ 18.000 (6 meses de gastos essenciais de R$ 3.000)
Tempo para construir: 24 meses (2 anos)
Valor mensal a guardar: R$ 18.000 ÷ 24 = R$ 750 por mês
Esse valor de R$ 750 representaria 25% de um salário de R$ 3.000, o que é um percentual bastante saudável para poupança.
Como definir um prazo realista para sua reserva
O tempo ideal para montar sua reserva vai depender diretamente da sua capacidade de poupar. Não adianta estabelecer um prazo muito curto se isso significar um comprometimento financeiro insustentável.
Alguns parâmetros que podem te ajudar:
Prazo confortável: se você consegue guardar entre 10% e 20% da sua renda mensal.
Prazo moderado: se você consegue guardar entre 20% e 30% da sua renda.
Prazo acelerado: se você consegue guardar mais de 30% da sua renda.
Veja como isso funciona na prática, considerando uma pessoa com renda mensal de R$ 4.000 e meta de reserva de R$ 15.000:
Capacidade de poupança Percentual da renda Valor mensal Tempo para completar Confortável 10% R$ 400 38 meses (3,2 anos) Moderada 20% R$ 800 19 meses (1,6 anos) Acelerada 30% R$ 1.200 13 meses (1,1 anos)
O importante é escolher um percentual que não comprometa sua qualidade de vida atual, mas que também permita avançar consistentemente em direção à sua meta.
Adaptando o valor à sua realidade financeira atual
Nem sempre é possível guardar os percentuais ideais, especialmente quando estamos começando. O mais importante é iniciar o processo, mesmo que com valores menores do que o desejado.
Se sua renda mal cobre as despesas básicas
Se você está em uma situação onde sua renda mal cobre suas despesas essenciais, comece guardando o que for possível, mesmo que seja apenas R$ 50 ou R$ 100 por mês. O hábito de poupar é tão importante quanto o valor em si nesse estágio.
Algumas estratégias para este cenário:
Método do troco: arredonde suas despesas para cima e guarde a diferença. Por exemplo, se gastou R$ 37,50 no supermercado, considere que gastou R$ 40 e guarde os R$ 2,50.
Guardar rendimentos extras: destine 100% de valores extras como 13º salário, restituição do imposto de renda ou bônus para sua reserva.
Corte gradual: identifique uma pequena despesa mensal que possa ser cortada e destine esse valor à sua reserva.
Para rendas médias com alguma folga
Se você já consegue cobrir todas as despesas essenciais e ainda sobra um pouco, considere seguir a regra 50-30-20:
50% da renda para necessidades básicas
30% para desejos e lazer
20% para poupar (incluindo sua reserva de emergência)
Com esse método, você conseguirá montar sua reserva sem abrir mão completamente da qualidade de vida e do lazer – o que torna o processo muito mais sustentável no longo prazo.
Para quem tem maior capacidade de poupança
Se você tem uma renda que permite poupar mais de 20% mensalmente, considere acelerar a construção da sua reserva. Quanto mais rápido você atingir esse objetivo, mais cedo poderá direcionar recursos para investimentos de maior rentabilidade.
Nesse caso, você pode temporariamente aumentar seu percentual de poupança para 30% ou até 40% da renda, construindo sua reserva em menos tempo.
O impacto da consistência versus valores altos
É muito melhor guardar R$ 200 todo mês sem falhar do que tentar guardar R$ 1.000 e desistir após algumas semanas porque o valor compromete seu orçamento. A consistência é mais importante que o valor absoluto quando se trata de construir uma reserva de emergência.
Estudos de comportamento financeiro mostram que pessoas que estabelecem metas menores e cumprem consistentemente têm muito mais chances de atingir objetivos financeiros maiores do que aquelas que estabelecem metas ambiciosas demais e abandonam no meio do caminho.
Por isso, seja realista ao definir quanto vai guardar mensalmente. É melhor aumentar o prazo e diminuir o valor mensal do que estabelecer um valor impraticável.
Como ajustar o valor mensal conforme sua capacidade muda
Sua capacidade de poupar não é estática – ela pode aumentar ou diminuir conforme mudanças na sua vida. Por isso, faça revisões periódicas (a cada 3 ou 6 meses) para ajustar o valor que você guarda mensalmente.
Situações que podem exigir ajustes:
Aumento de renda: promoção, novo emprego ou fonte de renda adicional.
Redução de despesas: quitação de dívidas ou mudança para um imóvel mais barato.
Aumento de despesas: nascimento de filhos, mudança para imóvel maior ou novos compromissos financeiros.
Redução de renda: perda de clientes, redução de jornada ou mudança de emprego.
A cada revisão, recalcule o valor ideal mensal considerando quanto já foi acumulado e o tempo restante para atingir sua meta.
Técnicas para aumentar o valor poupado sem comprometer o orçamento
Se você deseja acelerar a construção da sua reserva sem comprometer drasticamente seu padrão de vida atual, considere estas técnicas:
1. Automatize o processo
Configure uma transferência automática para acontecer no dia seguinte ao recebimento do seu salário. Assim, você "paga a si mesmo primeiro" antes que o dinheiro seja destinado a outras despesas.
Estudos mostram que pessoas que automatizam suas economias conseguem poupar, em média, 25% mais do que aquelas que fazem transferências manuais.
2. Use a técnica do aumento invisível
Sempre que receber um aumento de salário ou uma promoção, direcione pelo menos metade desse aumento adicional para sua reserva de emergência. Como você já estava vivendo sem esse dinheiro antes, não sentirá tanto o impacto de poupá-lo.
3. Aplique o desafio dos 52 depósitos
Essa técnica consiste em guardar valores crescentes a cada semana do ano. Na primeira semana, você guarda R$ 5; na segunda, R$ 10; na terceira, R$ 15 e assim por diante. Ao final de um ano, você terá poupado R$ 6.890 apenas com essa técnica.
4. Monetize habilidades extras
Identifique habilidades que você possui e que poderiam gerar uma renda extra ocasional. Pode ser dar aulas particulares, fazer traduções, criar conteúdo digital ou qualquer outra atividade que possa ser realizada nas suas horas livres. Destine 100% dessa renda extra para sua reserva de emergência.
O que fazer quando imprevistos surgem durante a construção da reserva
É comum que imprevistos financeiros apareçam justamente quando estamos tentando construir nossa reserva. Quando isso acontecer, siga estas orientações:
Avalie a urgência: nem toda despesa inesperada é uma emergência. Algumas podem ser postergadas.
Use a reserva parcial se necessário: se você já tem parte da reserva construída e o imprevisto é realmente urgente, use o necessário e depois retome a construção.
Ajuste o plano: recalcule seu objetivo considerando o novo cenário após usar parte da reserva.
Não se culpe: imprevistos acontecem com todos. O importante é voltar ao plano assim que possível.
Quando é momento de acelerar a construção da reserva
Existem alguns momentos na vida em que é prudente acelerar a construção da sua reserva de emergência:
Instabilidade no emprego ou setor: se há sinais de demissões em massa no seu setor ou empresa.
Mudanças familiares importantes: casamento, gravidez ou divórcio à vista.
Problemas de saúde recorrentes: que podem gerar despesas médicas não cobertas pelo plano.
Antes de grandes mudanças: como mudança de cidade, troca de emprego ou abertura de negócio próprio.
Nesses momentos, considere temporariamente aumentar o percentual da sua renda destinado à reserva, mesmo que isso signifique reduzir gastos com lazer e conforto por um período.
Onde guardar o dinheiro da sua reserva enquanto ela cresce
O dinheiro da sua reserva de emergência deve estar em aplicações que combinem três características fundamentais:
Segurança: o valor não pode estar sujeito a oscilações que possam reduzir o montante.
Liquidez: você precisa ter acesso ao dinheiro imediatamente ou no máximo em 1 dia útil.
Rentabilidade mínima: idealmente, deve render pelo menos próximo à inflação.
As melhores opções atualmente são:
Tesouro Selic: opção segura, com liquidez diária e rentabilidade atrelada à taxa básica de juros.
CDBs com liquidez diária: de bancos grandes, que oferecem segurança e facilidade de resgate.
Fundos DI conservadores: com taxas de administração baixas e resgate em D+0 ou D+1.
Conclusão: comece hoje, independente do valor
O mais importante quando se trata de construir uma reserva de emergência não é o quanto você guarda por mês, mas a constância com que faz isso. Comece hoje, com o valor que for possível dentro da sua realidade.
Lembre-se que uma reserva de emergência não é um luxo financeiro, mas sim a base para qualquer jornada de independência financeira. É ela que te dará a tranquilidade necessária para tomar decisões melhores sobre seu dinheiro no futuro, sem o peso da ansiedade financeira.
E quando finalmente completar sua reserva, celebre essa conquista! Ela representa um marco importante na sua educação financeira e abre portas para objetivos mais ambiciosos, como investimentos de longo prazo e a construção de patrimônio.
Continue aprendendo como fazer seu dinheiro render no dia a dia e transformar sua relação com as finanças!
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