Qual é o custo de ter um carro em 2025?
Ter um carro vai além do valor da parcela. Veja todos os custos envolvidos e descubra se vale mesmo a pena manter um veículo. Aprenda mais com a NoobMoney. custo de ter um carro em 2025
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Paulo Ferreira
4/25/20259 min ler


Quanto custa realmente ter um carro no Brasil em 2025
A decisão de comprar um carro vai muito além do valor anunciado na concessionária ou no site de vendas. Enquanto muitos brasileiros sonham com a liberdade de ter seu próprio veículo, poucos fazem as contas completas de quanto esse sonho realmente custa. Em 2025, com as mudanças econômicas, tecnológicas e urbanas que o país enfrenta, é mais importante do que nunca entender o verdadeiro custo de ter um carro no Brasil. Este artigo vai detalhar todos os gastos envolvidos e ajudar você a decidir se vale mesmo a pena manter um veículo próprio.
Financiamento, IPVA, seguro, manutenção
O custo de aquisição: muito além da entrada
Quando decidimos comprar um carro, a primeira despesa que vem à mente é o valor do veículo em si. No entanto, esse é apenas o início de um longo caminho de gastos. Em 2025, com a inflação acumulada dos últimos anos e o aumento nos custos de produção, os preços dos carros novos continuam pressionados para cima.
Para um carro novo de entrada, o desembolso inicial começa em torno de R$ 75.000, valor que pode assustar muitos consumidores. Por isso, o financiamento se tornou a principal forma de aquisição de veículos no Brasil.
Os custos reais do financiamento
Uma pessoa que financia um carro de R$ 75.000 com entrada de 30% (R$ 22.500) e prazo de 48 meses, considerando a taxa média de juros de 1,8% ao mês em 2025, pagará:
Valor financiado: R$ 52.500
Juros totais: aproximadamente R$ 23.000
Total pago: R$ 75.500 (financiamento) + R$ 22.500 (entrada) = R$ 98.000
Isso significa que, apenas pelo financiamento, o consumidor já paga cerca de 30% a mais sobre o valor original do veículo. Este é um custo invisível que muitas pessoas não consideram ao decidir pela compra.
IPVA e licenciamento: o tributo anual
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é uma realidade inescapável para proprietários de carros no Brasil. Em 2025, as alíquotas variam entre 1,5% e 4% do valor venal do veículo, dependendo do estado.
Para um carro avaliado em R$ 70.000:
IPVA em São Paulo (4%): R$ 2.800 por ano
IPVA em Minas Gerais (4%): R$ 2.800 por ano
IPVA no Rio de Janeiro (4%): R$ 2.800 por ano
Além do IPVA, há o licenciamento anual que em 2025 custa em média R$ 150, dependendo do estado. Também devemos considerar o custo do Seguro Obrigatório, que retornou em alguns estados após anos de suspensão, com valor médio de R$ 200.
Seguro: proteção necessária e cara
O seguro automotivo é uma despesa que muitos tentam evitar, mas que representa uma proteção fundamental diante dos altos índices de roubo e furto de veículos no Brasil e do custo de reparos.
Em 2025, o valor médio do seguro para carros populares varia entre:
Região metropolitana: 4% a 6% do valor do veículo ao ano
Interior: 3% a 4% do valor do veículo ao ano
Para nosso exemplo de carro avaliado em R$ 70.000:
Seguro na capital: aproximadamente R$ 3.500 por ano
Seguro no interior: aproximadamente R$ 2.450 por ano
Fatores como idade do motorista, tempo de habilitação, histórico de sinistros e endereço influenciam diretamente no cálculo, podendo aumentar ou diminuir esses valores.
Manutenção: o custo que só cresce com o tempo
A manutenção é um dos custos mais subestimados pelos proprietários de veículos. À medida que o carro envelhece, esses gastos tendem a aumentar significativamente.
Para um carro popular de 2024-2025, os custos médios de manutenção preventiva são:
Revisão a cada 10.000 km: R$ 500 a R$ 900
Troca de óleo e filtros: R$ 300 a cada 5.000 km
Troca de correia dentada: R$ 800 a R$ 1.500 (a cada 60.000 km)
Freios: R$ 600 a R$ 1.200 (a cada 30.000 km)
Pneus: conjunto de 4 pneus custa entre R$ 1.600 e R$ 3.000 (a cada 40.000 km)
Considerando um uso médio de 15.000 km por ano, isso representa um gasto anual em manutenção preventiva de aproximadamente R$ 3.000.
Não podemos esquecer das manutenções corretivas, que são imprevisíveis e geralmente mais caras. Estatísticas mostram que proprietários de carros com mais de 5 anos gastam em média R$ 2.500 adicionais por ano com reparos não programados.
O custo invisível da depreciação
A depreciação é possivelmente o maior custo de ter um carro, embora não seja um desembolso direto. Em 2025, um carro novo perde em média:
20% do valor no primeiro ano
10% no segundo ano
8% nos anos seguintes
Para um carro de R$ 75.000, isso representa uma perda de valor de:
Primeiro ano: R$ 15.000
Segundo ano: R$ 6.000
Terceiro ano: R$ 4.320
Após 5 anos, um carro que custou R$ 75.000 valeria aproximadamente R$ 45.000, uma depreciação de R$ 30.000 ou 40% do valor inicial.
Combustível: o gasto contínuo
O combustível representa um custo operacional significativo para proprietários de veículos. Em 2025, com os combustíveis fósseis ainda predominantes e os preços médios atualizados:
Gasolina: média de R$ 6,50 por litro
Etanol: média de R$ 4,70 por litro
Diesel: média de R$ 6,00 por litro
Para um carro que faz 10 km/l de gasolina e roda 1.000 km por mês:
Consumo mensal: 100 litros
Gasto mensal com combustível: R$ 650
Gasto anual: R$ 7.800
Estacionamento e pedágios: os extras inevitáveis
Em grandes centros urbanos, o custo de estacionamento pode representar uma despesa significativa:
Estacionamento em shopping: média de R$ 20 por 3 horas
Estacionamento mensal em prédios comerciais: R$ 400 a R$ 800
Zona Azul ou equivalente: R$ 5 a R$ 10 por hora
Para um trabalhador que utiliza estacionamento pago diariamente (22 dias úteis):
Gasto mensal: aproximadamente R$ 400
Gasto anual: R$ 4.800
Os pedágios também são uma realidade para quem utiliza rodovias, especialmente nas regiões Sul e Sudeste. Um trajeto semanal São Paulo-Campinas, por exemplo, representa um gasto anual de aproximadamente R$ 2.000 em pedágios.
Carro próprio vs transporte por app
O cenário atual dos aplicativos de transporte
Em 2025, os aplicativos de transporte evoluíram significativamente, oferecendo mais opções e, em algumas cidades, tarifas mais estáveis graças à maior concorrência. Serviços como Uber, 99, inDrive e outros locais diversificaram suas opções, criando categorias econômicas e compartilhadas que reduzem o custo por viagem.
Além disso, surgiu uma integração maior entre diferentes modais, permitindo combinar transporte público com apps em uma única viagem, otimizando custos.
Comparativo de custo para diferentes perfis
Perfil 1: Trabalhador urbano com deslocamentos diários
Distância diária: 20 km (10 km por trecho)
Dias úteis por mês: 22 dias
Custo mensal com carro próprio:
Financiamento: R$ 1.570
Depreciação: R$ 625
Combustível: R$ 286
Seguro (proporcional): R$ 290
IPVA e licenciamento (proporcional): R$ 245
Manutenção (proporcional): R$ 250
Estacionamento: R$ 400
Total mensal: R$ 3.666
Custo mensal com transporte por app:
Tarifa média por km em 2025: R$ 3,00
20 km diários × 22 dias × R$ 3,00 = R$ 1.320
Total mensal: R$ 1.320
Economia mensal usando apps: R$ 2.346
Perfil 2: Família com uso moderado
Uso principalmente nos finais de semana e eventuais compromissos semanais
Distância mensal: 600 km
Custo mensal com carro próprio:
Financiamento: R$ 1.570
Depreciação: R$ 625
Combustível: R$ 390
Seguro (proporcional): R$ 290
IPVA e licenciamento (proporcional): R$ 245
Manutenção (proporcional): R$ 250
Estacionamento: R$ 200
Total mensal: R$ 3.570
Custo mensal com transporte por app:
600 km × R$ 3,00 = R$ 1.800
Total mensal: R$ 1.800
Economia mensal usando apps: R$ 1.770
Perfil 3: Viajante frequente
Viagens intermunicipais frequentes
Distância mensal: 1.500 km
Custo mensal com carro próprio:
Financiamento: R$ 1.570
Depreciação: R$ 625
Combustível: R$ 975
Seguro (proporcional): R$ 290
IPVA e licenciamento (proporcional): R$ 245
Manutenção (proporcional): R$ 250
Pedágios: R$ 300
Total mensal: R$ 4.255
Custo mensal com transporte por app (considerando tarifas intermunicipais mais altas):
1.500 km × R$ 4,00 = R$ 6.000
Total mensal: R$ 6.000
Economia mensal com carro próprio: R$ 1.745
Fatores não financeiros a considerar
Embora o aspecto financeiro seja importante, outros fatores influenciam a decisão entre ter um carro ou usar aplicativos:
Flexibilidade e disponibilidade:
Carro próprio oferece disponibilidade imediata
Apps podem ter tempos de espera ou indisponibilidade em horários de pico
Em cidades menores, a cobertura de apps pode ser limitada
Conforto e privacidade:
Carro próprio oferece ambiente personalizado e privacidade
Em apps, há variação de conforto entre veículos e motoristas
Estresse:
Carro próprio implica em lidar com trânsito e estacionamento
Apps eliminam o estresse de dirigir, mas adicionam dependência de terceiros
Sustentabilidade:
Uso de apps pode reduzir o número total de veículos nas ruas
Compartilhamento de viagens tem menor impacto ambiental per capita
Dicas para economizar sem abrir mão da mobilidade
Otimizando o uso do carro próprio
Se você já possui um carro ou considera que ele é essencial para sua rotina, existem formas de reduzir os custos associados:
Economia no combustível:
Mantenha a calibragem dos pneus adequada (economia de até 10%)
Evite o ar-condicionado em baixas velocidades (economia de até 15%)
Pratique direção econômica: arranques suaves e velocidade constante
Use aplicativos que informam os postos com melhores preços
Manutenção preventiva:
Siga o manual do proprietário para revisões
Não postergue a troca de itens de desgaste como óleo, filtros e pastilhas de freio
Compare preços entre oficinas autorizadas e independentes de confiança
Considere peças paralelas de qualidade para carros fora da garantia
Seguro inteligente:
Pesquise entre diferentes seguradoras
Opte por seguros com franquia maior e preço menor se você é um motorista cuidadoso
Verifique descontos por baixa quilometragem ou instalação de rastreador
Considere seguros intermitentes para quem usa o carro apenas nos finais de semana
Monetizando seu veículo:
Cadastre-se como motorista de app em horários ociosos
Utilize plataformas de compartilhamento de caronas para dividir custos em trajetos fixos
Considere alugar seu carro em plataformas peer-to-peer quando não estiver usando
Estratégias híbridas: equilibrando carro e alternativas
Para muitos brasileiros, a solução ideal está no meio termo:
Carro compartilhado em família:
Um único veículo atendendo às necessidades de múltiplos membros
Coordenação de horários e necessidades via aplicativos de calendário compartilhado
Divisão proporcional dos custos
Combinação de modais:
Utilize transporte público para trajetos bem atendidos
Reserve o carro para rotas específicas ou dias com múltiplos compromissos
Considere bicicleta ou patinetes elétricos para curtas distâncias
Assinatura de veículos:
Serviços de assinatura eliminam custos de IPVA, seguro e manutenção
Flexibilidade para trocar de veículo ou devolver quando não precisar
Custos mensais previsíveis sem surpresas de manutenção
Carsharing:
Utilize serviços de aluguel por hora disponíveis em grandes cidades
Ideal para necessidades pontuais de uso do carro
Sem custos fixos de propriedade
Aplicativos e serviços que ajudam a economizar
O ecossistema digital de mobilidade oferece ferramentas úteis para otimizar custos:
Comparadores de preço de combustível:
Aplicativos como Waze, Preço dos Combustíveis e similares ajudam a encontrar os melhores preços
Economia média de 10% no gasto com combustível
Aplicativos de estacionamento:
Reserva antecipada com descontos de até 40%
Localização de vagas gratuitas ou mais baratas
Planejadores multimodais:
Combinam diferentes meios de transporte na mesma viagem
Otimizam custo e tempo de deslocamento
Apps de manutenção:
Controle de gastos e alertas sobre manutenções necessárias
Comparação de preços entre oficinas
Conclusão: a decisão mais inteligente para seu perfil
O verdadeiro custo de ter um carro no Brasil em 2025 vai muito além do valor da parcela. Nossos cálculos mostram que, para um veículo financiado de R$ 75.000, o custo anual total (incluindo financiamento, depreciação, combustível, seguro, impostos, manutenção e estacionamento) pode facilmente ultrapassar R$ 40.000, ou mais de R$ 3.300 por mês.
Para a maioria dos brasileiros que mora em grandes centros urbanos e percorre distâncias moderadas, os aplicativos de transporte representam uma economia significativa, podendo reduzir os gastos com mobilidade em até 60%.
No entanto, para quem vive em regiões com pouca cobertura de aplicativos, famílias numerosas ou quem percorre grandes distâncias regularmente, o carro próprio ainda pode ser a opção mais prática e, em alguns casos, mais econômica.
A decisão mais inteligente é fazer as contas considerando seu perfil específico de deslocamento, valores pessoais e necessidades familiares. Para muitos, a solução ideal está em uma abordagem híbrida, utilizando diferentes modais de transporte de acordo com a necessidade de cada situação.
Uma coisa é certa: o tempo em que ter um carro era sinônimo indiscutível de economia e praticidade ficou no passado. Em 2025, mobilidade inteligente significa escolher a solução certa para cada momento, seja ela um veículo próprio, um aplicativo, transporte público ou uma combinação destes.
Artigos relacionados:
Gastos invisíveis no seu orçamento
Como montar um orçamento pessoal eficiente
Mentalidade financeira e escolhas conscientes
Comece Hoje com a Planilha FinanceLab
Comece hoje a transformar sua vida financeira.
Adquira a Planilha FinanceLab e tenha em mãos uma ferramenta prática para controlar seus gastos, organizar suas finanças e construir sua reserva de emergência com o método Reserva 6x.