ETF ou Tesouro Direto? O melhor investimento para quem está começando
Descubra qual é o melhor investimento para quem está começando: ETF ou Tesouro Direto. Compare as opções e escolha a que melhor se encaixa no seu perfil financeiro.
INVESTIMENTOS
Paulo Ferreira
4/7/20258 min ler


ETF ou Tesouro Direto? O melhor investimento para quem está começando
Você decidiu começar a investir. Ótimo! Este é um passo fundamental para construir seu patrimônio e alcançar a independência financeira. Mas logo surge a dúvida: por onde começar? Entre as opções mais recomendadas para iniciantes, destacam-se o Tesouro Direto e os ETFs (Exchange Traded Funds). Neste artigo, vamos comparar essas duas alternativas populares e ajudá-lo a escolher a que melhor se encaixa no seu perfil e objetivos financeiros.
O que é o Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é um programa criado em 2002 pelo Governo Federal que permite a pessoas físicas comprarem títulos públicos pela internet. Em termos simples, você empresta dinheiro ao governo brasileiro e recebe juros por isso. É considerado um dos investimentos mais seguros disponíveis no mercado brasileiro, pois conta com a garantia do Tesouro Nacional.
Principais características do Tesouro Direto
Segurança O Tesouro Direto é amplamente reconhecido como um dos investimentos mais seguros disponíveis para o investidor brasileiro. Quando você investe no Tesouro Direto, está basicamente emprestando dinheiro ao governo federal. O risco de não receber o valor investido é extremamente baixo, já que seria necessário que o país entrasse em situação de calote soberano – algo muito improvável no contexto atual.
Tipos de títulos disponíveis O programa oferece diversos títulos para diferentes objetivos:
Tesouro Prefixado: Você sabe exatamente quanto vai receber no vencimento.
Tesouro IPCA+: Rentabilidade atrelada à inflação, oferecendo proteção contra a desvalorização do dinheiro.
Tesouro Selic: Acompanha a taxa básica de juros da economia, sendo ideal para reserva de emergência.
Tesouro RendA+: Títulos com pagamentos periódicos (ideal para quem busca renda).
Acessibilidade Uma das grandes vantagens do Tesouro Direto é seu baixo valor mínimo de entrada. É possível começar a investir com aproximadamente R$30, tornando-o extremamente acessível para quem está dando os primeiros passos no mundo dos investimentos.
Liquidez Os títulos do Tesouro podem ser vendidos antes do vencimento em dias úteis, garantindo acesso ao seu dinheiro quando precisar. Vale ressaltar que, dependendo das condições de mercado, pode haver deságio (perda) se você vender o título antes do prazo final.
Custos O Tesouro Direto envolve algumas taxas:
Taxa de custódia da B3: 0,25% ao ano sobre o valor dos títulos
Taxa do banco/corretora: Varia conforme a instituição, mas muitas oferecem isenção hoje em dia
Como funciona na prática
Para investir no Tesouro Direto, você precisa:
Ter uma conta em um banco ou corretora que ofereça acesso ao programa
Realizar um cadastro no site do Tesouro Direto
Escolher o título que deseja comprar
Definir o valor a ser investido
Confirmar a operação
A rentabilidade e o prazo variam conforme o título escolhido. Por exemplo, um Tesouro Prefixado 2026 pode oferecer uma taxa fixa de 10% ao ano até o vencimento, enquanto um Tesouro IPCA+ pode render inflação + 5% ao ano.
O que é um ETF?
ETF (Exchange Traded Fund) ou Fundo Negociado em Bolsa é um tipo de fundo de investimento cujas cotas são negociadas em bolsa como se fossem ações. Cada ETF busca replicar o desempenho de um índice específico, como o Ibovespa (principal índice da bolsa brasileira) ou o S&P 500 (que reúne as 500 maiores empresas dos EUA).
Principais características dos ETFs
Diversificação automática Ao comprar cotas de um ETF, você adquire exposição a uma cesta de ativos de uma só vez. Por exemplo, ao investir no BOVA11 (ETF que replica o Ibovespa), você passa a ter pequenas participações nas aproximadamente 90 empresas que compõem o índice Ibovespa, sem precisar comprar as ações individualmente.
Tipos de ETFs disponíveis no Brasil O mercado brasileiro oferece diversos ETFs com diferentes focos:
ETFs de índices brasileiros: BOVA11 (Ibovespa), SMALL11 (small caps), IVVB11 (S&P 500)
ETFs setoriais: UTIP11 (setor de utilities/utilidades públicas), MATB11 (materiais básicos)
ETFs de renda fixa: IMA-B (títulos públicos atrelados à inflação)
ETFs internacionais: com exposição a mercados estrangeiros
Negociação em tempo real Diferentemente dos fundos de investimento tradicionais, os ETFs são negociados durante o pregão da bolsa, permitindo compra e venda imediatas aos preços de mercado vigentes.
Custos Os ETFs geralmente têm taxas de administração menores que fundos tradicionais, mas envolvem custos de corretagem na compra e venda. A taxa de administração média dos ETFs brasileiros varia entre 0,20% e 0,70% ao ano.
Acessibilidade O valor mínimo para investir em ETFs corresponde ao preço de uma cota, que pode variar bastante. Por exemplo, uma cota do BOVA11 pode custar em torno de R$100, enquanto uma cota do IVVB11 pode estar acima de R$200.
Como funciona na prática
Para investir em ETFs, você precisa:
Ter conta em uma corretora
Ter cadastro na B3 (a bolsa de valores brasileira)
Escolher o ETF que deseja comprar
Enviar uma ordem de compra através da plataforma da corretora
Aguardar a execução da ordem durante o horário de pregão
A rentabilidade dos ETFs está atrelada ao desempenho do índice que eles replicam. Por exemplo, se o Ibovespa valorizar 15% em um ano, espera-se que o BOVA11 tenha desempenho semelhante (descontadas as taxas).
Comparativo: ETF vs Tesouro Direto
Agora que entendemos as características básicas de cada opção, vamos compará-las em aspectos fundamentais para a tomada de decisão.
Rentabilidade esperada
Tesouro Direto A rentabilidade do Tesouro Direto é previsível e varia conforme o título:
Títulos prefixados: rentabilidade definida no momento da compra (atualmente entre 9% e 11% ao ano, dependendo do prazo)
Títulos atrelados à inflação: IPCA + taxa fixa (atualmente entre 5% e 6% ao ano)
Tesouro Selic: acompanha a taxa básica de juros (cerca de 10,5% ao ano no momento)
Historicamente, em períodos de juros altos como o atual, o Tesouro Direto tende a oferecer retornos bastante atrativos com baixo risco.
ETFs A rentabilidade dos ETFs é variável e depende do comportamento do mercado:
ETFs de renda variável (como BOVA11): historicamente têm potencial de retorno maior no longo prazo, mas com volatilidade
ETFs internacionais: oferecem exposição a mercados estrangeiros, podendo beneficiar-se também da variação cambial
ETFs de renda fixa: tendem a ter comportamento mais próximo ao Tesouro Direto
Para contextualizar: nos últimos 15 anos, o Ibovespa teve retorno anualizado de aproximadamente 8%, enquanto o S&P 500 (índice americano) entregou cerca de 10% ao ano. No entanto, houve anos com quedas significativas e outros com altas expressivas.
Riscos envolvidos
Tesouro Direto
Risco de crédito: mínimo, pois o emissor é o governo federal
Risco de mercado: existe principalmente para quem precisa vender o título antes do vencimento, pois o preço pode flutuar
Risco de inflação: presente nos títulos prefixados, caso a inflação supere o previsto
Risco de liquidez: baixo, pois o governo garante a recompra dos títulos em dias úteis
ETFs
Risco de mercado: alto em ETFs de renda variável, pois o valor das cotas flutua conforme o mercado
Risco de liquidez: varia conforme o ETF, sendo que alguns têm baixo volume de negociação
Risco cambial: presente em ETFs internacionais não-hedgeados
Risco setorial: ETFs específicos de setores estão sujeitos às flutuações daquele segmento econômico
Liquidez e acessibilidade
Tesouro Direto
Investimento mínimo: aproximadamente R$30
Liquidez: garante liquidez diária em dias úteis (com possível deságio)
Praticidade: processo simples de compra e venda online
Horário de negociação: das 9h30 às 18h em dias úteis
ETFs
Investimento mínimo: preço de uma cota (varia conforme o ETF, geralmente entre R$100 e R$300)
Liquidez: negociados durante o pregão, mas alguns ETFs têm baixo volume
Praticidade: necessita familiaridade com plataformas de negociação de ações
Horário de negociação: durante o horário do pregão (10h às 17h55)
Para quem cada um é mais indicado?
Agora vamos analisar qual opção é mais adequada para diferentes perfis de investidores iniciantes.
Tesouro Direto é mais indicado para:
Perfil conservador Se você prioriza a segurança do capital e não está disposto a enfrentar oscilações no valor do investimento, o Tesouro Direto é claramente a melhor opção. Os títulos públicos oferecem previsibilidade de retorno com risco extremamente baixo.
Objetivos de curto e médio prazo Para quem está guardando dinheiro para objetivos como a compra de um carro, entrada de um imóvel ou uma viagem nos próximos 1 a 5 anos, o Tesouro Direto oferece maior estabilidade e previsibilidade.
Reserva de emergência O Tesouro Selic é particularmente indicado para compor a reserva de emergência, pois combina segurança, rentabilidade acima da poupança e alta liquidez.
Investidores com pouco capital inicial Com a possibilidade de começar com R$30, o Tesouro é acessível para quem está dando os primeiros passos no mundo dos investimentos com pequenas quantias.
Pessoas com baixa tolerância a oscilações Se você fica ansioso com quedas temporárias no valor do investimento, os títulos públicos proporcionam maior tranquilidade psicológica.
ETFs são mais indicados para:
Perfil moderado a arrojado Investidores que aceitam algum nível de risco em busca de rentabilidades potencialmente maiores no longo prazo encontrarão nos ETFs uma alternativa interessante.
Objetivos de longo prazo Para quem está construindo patrimônio para a aposentadoria ou objetivos com horizonte superior a 5-10 anos, ETFs de renda variável tendem a entregar resultados superiores.
Diversificação de carteira Para quem já tem investimentos conservadores e quer adicionar exposição à renda variável de forma diversificada, os ETFs são excelentes portas de entrada.
Exposição internacional ETFs que replicam índices estrangeiros (como IVVB11) permitem acesso fácil aos mercados internacionais, adicionando proteção cambial à carteira.
Interesse em aprender sobre mercado de ações Os ETFs funcionam como uma "porta de entrada" para quem quer começar a entender o mercado acionário sem precisar escolher ações individuais.
Dicas práticas para começar com segurança
Independentemente da escolha entre Tesouro Direto e ETFs, algumas dicas podem ajudar o investidor iniciante:
Para quem escolher o Tesouro Direto:
Entenda o objetivo de cada título
Reserva de emergência → Tesouro Selic
Proteção contra inflação → Tesouro IPCA+
Rentabilidade fixa → Tesouro Prefixado
Renda periódica → Tesouro RendA+
Alinhamento com o prazo Escolha títulos cujo vencimento coincida com seu objetivo financeiro. Evite títulos de longo prazo se precisar do dinheiro antes do vencimento.
Diversificação entre títulos Mesmo dentro do Tesouro Direto, é possível diversificar entre diferentes tipos de títulos para equilibrar riscos e oportunidades.
Atenção à tributação Lembre-se que o imposto de renda sobre os rendimentos segue a tabela regressiva:
Até 180 dias: 22,5%
De 181 a 360 dias: 20%
De 361 a 720 dias: 17,5%
Acima de 720 dias: 15%
Reinvestimento de juros Alguns títulos pagam juros semestrais. Planeje o reinvestimento desses valores para maximizar os efeitos dos juros compostos.
Para quem escolher ETFs:
Comece pelos ETFs mais líquidos BOVA11 (Ibovespa) e IVVB11 (S&P 500) são os ETFs mais negociados do mercado brasileiro e, portanto, os mais recomendados para iniciantes.
Entenda a composição do ETF Antes de investir, estude a composição do índice que o ETF replica para saber exatamente onde seu dinheiro será alocado.
Estratégia de preço médio Em vez de aplicar todo o capital de uma vez, faça aportes periódicos para reduzir o impacto da volatilidade.
Atenção aos custos Compare as taxas de administração entre ETFs similares e os custos de corretagem para compra e venda.
Horizonte de longo prazo ETFs de renda variável devem ser encarados como investimentos de longo prazo. Prepare-se psicologicamente para enfrentar períodos de quedas.
Conclusão
Tanto o Tesouro Direto quanto os ETFs são excelentes opções para quem está começando a investir, cada um com suas vantagens e particularidades. A escolha entre eles depende fundamentalmente do seu perfil de risco, horizonte de investimento e objetivos financeiros.
O Tesouro Direto oferece segurança, previsibilidade e facilidade de acesso, sendo ideal para objetivos de curto e médio prazo e para investidores com perfil mais conservador. Os ETFs, por outro lado, proporcionam diversificação automática e potencial de rentabilidade superior no longo prazo, sendo mais adequados para quem tem horizonte mais extenso e maior tolerância a oscilações.
Uma estratégia inteligente, especialmente para iniciantes, é combinar ambos: utilizar o Tesouro Direto para a reserva de emergência e objetivos de curto prazo, enquanto investe em ETFs para objetivos de longo prazo e construção patrimonial.
O mais importante é começar. Independentemente da sua escolha inicial, o hábito de investir regularmente e a disciplina para manter uma estratégia consistente são fatores muito mais determinantes para o sucesso financeiro do que a escolha específica entre um produto ou outro.
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