Como categorizar seus gastos mensais do jeito certo (sem enrolação)

Aprenda como categorizar seus gastos mensais de forma simples e eficaz. Organize seu orçamento sem enrolação e ganhe controle total das suas finanças. Vem pra NoobMoney

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Paulo Ferreira

4/7/202514 min ler

Como categorizar seus gastos mensais do jeito certo (sem enrolação)

Introdução

Você já se sentiu perdido ao tentar entender para onde vai seu dinheiro todo mês? Ou pior, já chegou ao final do mês sem saber exatamente como gastou tanto? Se sim, você não está sozinho. Uma das principais razões pelas quais muitas pessoas não conseguem organizar suas finanças é justamente a falta de clareza sobre seus padrões de gastos.

Categorizar despesas pode parecer uma tarefa burocrática e entediante, mas é o primeiro passo fundamental para qualquer pessoa que deseja ter controle financeiro real. Não se trata apenas de anotar valores, mas de entender profundamente seu relacionamento com o dinheiro e como ele flui em sua vida.

Neste artigo, você vai aprender um método simples e eficaz para categorizar seus gastos mensais, sem complicações desnecessárias. Vamos focar em um sistema que você realmente conseguirá manter ao longo do tempo, porque o melhor método de organização financeira é aquele que você consegue seguir consistentemente.

Ao final desta leitura, você terá as ferramentas necessárias para:

  • Identificar claramente seus padrões de gastos

  • Eliminar desperdícios que passam despercebidos

  • Tomar decisões financeiras mais conscientes

  • Preparar o terreno para um planejamento financeiro eficiente

Vamos começar com as três grandes categorias que você precisa conhecer para organizar suas finanças de uma vez por todas.

As três grandes categorias financeiras

Antes de mergulhar em sistemas complexos com dezenas de subcategorias, é essencial entender que todos os seus gastos podem ser divididos em três grandes grupos. Esta divisão simples, mas poderosa, permite visualizar seu fluxo financeiro de forma clara e tomar decisões mais assertivas.

Gastos fixos

Os gastos fixos são aqueles que você tem todos os meses, com valores que se mantêm relativamente estáveis e previsíveis. São compromissos financeiros que geralmente não variam significativamente no curto prazo e que, muitas vezes, estão atrelados a contratos ou necessidades básicas.

Exemplos de gastos fixos:

  • Aluguel ou prestação da casa

  • Condomínio

  • Plano de saúde

  • Mensalidades escolares

  • Assinaturas de serviços (streaming, internet, telefone)

  • Parcelas de financiamentos

  • Seguros

A grande característica dos gastos fixos é sua previsibilidade. Você sabe antecipadamente que terá esse gasto e, em muitos casos, até mesmo o valor exato. Isso permite um planejamento mais preciso e evita surpresas desagradáveis.

Importância de monitorar gastos fixos: Embora pareçam "imutáveis", os gastos fixos merecem revisões periódicas. Muitas pessoas acabam acumulando assinaturas que não usam, mantêm planos superdimensionados ou simplesmente não questionam se aquele gasto fixo continua sendo necessário ou se poderia ser reduzido ou eliminado.

Uma dica valiosa é revisar seus gastos fixos a cada seis meses. Questione cada item: "Este serviço ainda agrega valor à minha vida? Existe uma alternativa mais econômica com qualidade similar?". Esta simples prática pode representar uma economia significativa ao longo do ano.

Gastos variáveis

Os gastos variáveis são aqueles que ocorrem todos os meses, mas cujos valores podem flutuar significativamente. São despesas relacionadas ao seu estilo de vida e às escolhas que você faz no dia a dia.

Exemplos de gastos variáveis:

  • Alimentação (supermercado, delivery, restaurantes)

  • Transporte (combustível, aplicativos de corrida, transporte público)

  • Contas de consumo (água, luz, gás)

  • Lazer e entretenimento

  • Compras de itens pessoais (roupas, acessórios)

  • Cuidados pessoais (academia, salão de beleza)

A característica principal dos gastos variáveis é que você tem maior controle sobre eles. Diferentemente dos gastos fixos, que geralmente envolvem contratos, os gastos variáveis podem ser ajustados rapidamente conforme sua necessidade ou disponibilidade financeira.

Estratégias para gerenciar gastos variáveis: Esta categoria é onde geralmente existe maior margem para economias. Pequenas mudanças de hábito podem resultar em grandes economias ao fim do mês:

  1. Estabeleça limites claros para cada subcategoria (ex: R$600 para alimentação, R$300 para lazer)

  2. Monitore seus gastos semanalmente para ajustar seu comportamento antes que o mês acabe

  3. Identifique padrões de consumo que podem ser otimizados

  4. Use a regra das 24 horas para compras não essenciais (espere um dia antes de decidir se realmente precisa do item)

Muitas pessoas se surpreendem ao perceber quanto gastam em pequenas despesas diárias que, somadas ao final do mês, representam valores consideráveis. Um café diário de R$10 representa R$300 por mês!

Gastos sazonais

Os gastos sazonais são aqueles que não ocorrem todos os meses, mas são previsíveis ao longo do ano. São despesas que você sabe que virão, mas não necessariamente em ciclos mensais.

Exemplos de gastos sazonais:

  • IPTU e IPVA

  • Material escolar

  • Manutenção do carro

  • Viagens de férias

  • Presentes de datas comemorativas (Natal, aniversários)

  • Renovação de seguros anuais

  • Compra de eletrodomésticos ou móveis

O grande problema dos gastos sazonais é que muitas pessoas os tratam como "surpresas", mesmo sabendo que ocorrerão em algum momento. Isso faz com que muitos recorram a empréstimos ou parcelem esses valores, frequentemente pagando juros desnecessários.

Como planejar gastos sazonais: A estratégia mais eficaz para lidar com gastos sazonais é o provisionamento mensal. Isso significa separar uma quantia todos os meses para cobrir essas despesas quando surgirem:

  1. Liste todos os gastos sazonais previstos para o ano

  2. Estime o valor aproximado de cada um

  3. Some o total e divida por 12

  4. Reserve este valor mensalmente em uma conta específica

Por exemplo, se você prevê R$3.600 em gastos sazonais ao longo do ano (IPTU, IPVA, presentes, etc.), deve separar R$300 por mês. Quando a despesa chegar, você terá o dinheiro reservado e não precisará comprometer seu orçamento mensal.

Esta abordagem transforma gastos aparentemente imprevisíveis em uma despesa fixa mensal, tornando seu planejamento financeiro muito mais eficiente e livre de sobressaltos.

Como aplicar essas categorias na prática

Agora que você conhece as três grandes categorias de gastos, é hora de aprender como aplicá-las no seu dia a dia. O segredo para uma categorização eficiente está na consistência e na simplicidade do processo.

Passo 1: Faça um levantamento completo Antes de categorizar, você precisa saber exatamente o que está gastando. Dedique uma semana para registrar absolutamente todas as suas despesas, desde o café da manhã até aquela compra pequena que normalmente passa despercebida.

Este levantamento inicial pode ser feito de várias formas:

  • Anotações em um caderno

  • Planilha simples

  • Aplicativo de controle financeiro

  • Extrato bancário e fatura do cartão de crédito

Passo 2: Organize os gastos nas três categorias Com seus gastos levantados, distribua cada um deles nas categorias que aprendemos:

  • Fixos: aluguel, financiamentos, assinaturas, etc.

  • Variáveis: alimentação, transporte, lazer, etc.

  • Sazonais: impostos, manutenções, presentes, etc.

Passo 3: Crie subcategorias relevantes Dentro de cada grande categoria, crie subcategorias que façam sentido para seu estilo de vida. Por exemplo:

Dentro de "Gastos Variáveis":

  • Alimentação em casa

  • Alimentação fora de casa

  • Transporte

  • Lazer

  • Vestuário

O nível de detalhamento depende do seu perfil. Algumas pessoas preferem categorias mais amplas para facilitar o controle, enquanto outras preferem um detalhamento maior para identificar oportunidades específicas de economia.

Passo 4: Defina limites para cada categoria Este é o momento de decidir quanto você quer (ou pode) gastar em cada categoria. Esta definição deve levar em conta:

  • Sua renda total

  • Seus objetivos financeiros

  • Suas prioridades pessoais

Um método simples é o 50-30-20:

  • 50% para necessidades básicas (principalmente gastos fixos)

  • 30% para desejos e estilo de vida (majoritariamente gastos variáveis)

  • 20% para poupança e investimentos

Obviamente, estes percentuais podem ser ajustados conforme sua realidade e objetivos.

Passo 5: Acompanhe regularmente O acompanhamento é fundamental para o sucesso da categorização. Estabeleça uma rotina:

  • Diária: registre os gastos do dia (leva apenas alguns minutos)

  • Semanal: verifique se alguma categoria está próxima do limite

  • Mensal: análise completa e ajustes para o próximo mês

Lembre-se: o objetivo não é apenas registrar gastos, mas entender padrões e modificar comportamentos quando necessário.

Dica prática: Crie alertas quando uma categoria atingir 80% do limite estabelecido. Isso permite que você ajuste seus gastos antes de ultrapassar o orçamento.

Ferramentas recomendadas para organização

Com tantas opções disponíveis hoje, escolher a ferramenta certa pode fazer toda a diferença na sua jornada de organização financeira. Vamos analisar as principais alternativas, destacando prós e contras de cada uma:

1. Planilhas (Excel ou Google Sheets)

Prós:

  • Totalmente personalizáveis

  • Sem custos adicionais

  • Controle total sobre seus dados

  • Possibilidade de criar gráficos e análises avançadas

Contras:

  • Requer conhecimento básico da ferramenta

  • Entrada manual de dados

  • Pode ser pouco prática para uso no dia a dia

Recomendado para: pessoas que gostam de controle total e customização.

2. Aplicativos de finanças pessoais

Prós:

  • Interface intuitiva

  • Categorização automática

  • Sincronização com contas bancárias

  • Disponível em qualquer lugar via smartphone

Contras:

  • Alguns têm custo mensal/anual

  • Questões de privacidade de dados

  • Menos flexibilidade de personalização

Recomendado para: quem valoriza praticidade e automação.

Alguns aplicativos populares incluem Organizze, Mobills, Guiabolso e Minhas Economias.

3. Método envelope

Prós:

  • Extremamente visual e tangível

  • Controle rígido de gastos

  • Não requer tecnologia

Contras:

  • Manejo de dinheiro físico

  • Menos prático para controle de despesas online

  • Risco de perda ou roubo

Recomendado para: quem tem dificuldade em manter o controle com métodos digitais.

4. Caderno de anotações/Bullet Journal

Prós:

  • Simplicidade absoluta

  • Conexão física com suas finanças

  • Personalização total

Contras:

  • Trabalho manual intenso

  • Difícil criar análises complexas

  • Não oferece recursos automáticos

Recomendado para: pessoas que gostam de escrever e têm disciplina para anotações diárias.

A melhor escolha para você

A ferramenta ideal vai depender de três fatores principais:

  1. Seu nível de disciplina: Se você tem dificuldade em manter hábitos, priorize ferramentas que automatizem ao máximo o processo.

  2. Sua familiaridade com tecnologia: Escolha algo que você se sinta confortável usando, mesmo que não seja a opção mais sofisticada.

  3. Sua necessidade de análise: Se precisar de relatórios detalhados e visualizações gráficas, opte por soluções que ofereçam esses recursos.

Independentemente da ferramenta escolhida, o mais importante é a consistência no uso. A melhor ferramenta é aquela que você efetivamente utilizará todos os dias.

Erros comuns ao categorizar gastos

Mesmo com boas intenções, muitas pessoas cometem erros que comprometem todo o processo de categorização. Conhecer essas armadilhas comuns pode ajudar você a evitá-las:

1. Excesso de categorias

Um dos erros mais frequentes é criar um sistema excessivamente detalhado, com dezenas de subcategorias. Embora pareça uma boa ideia inicialmente, esse nível de complexidade costuma ser insustentável no longo prazo.

Por que é um problema: Quanto mais categorias, maior o trabalho para manter o sistema e maior a chance de desistência.

Solução: Comece com as três grandes categorias e no máximo 3-5 subcategorias em cada uma. Você sempre pode refinar o sistema depois que ele estiver funcionando consistentemente.

2. Ignorar pequenos gastos

"É só um cafezinho" ou "Foi só uma pequena compra" são frases que representam um grande problema na categorização de gastos.

Por que é um problema: Pequenos gastos frequentes somam valores surpreendentemente altos ao final do mês.

Solução: Crie o hábito de registrar absolutamente todas as despesas, independentemente do valor. Apps que permitem registro rápido ou notas no celular podem ajudar.

3. Deixar despesas sem categoria

Muitas pessoas criam uma categoria "Diversos" ou "Outros" e acabam colocando muitos gastos ali.

Por que é um problema: Quando uma categoria "Diversos" representa uma porcentagem significativa dos seus gastos, você perde a visibilidade sobre seu comportamento financeiro.

Solução: Estabeleça que a categoria "Diversos" não pode ultrapassar 5% do total dos seus gastos mensais. Se isso acontecer, é sinal de que você precisa revisar suas categorias.

4. Não ajustar as categorias ao longo do tempo

A vida muda, e suas categorias também precisam acompanhar essas mudanças.

Por que é um problema: Categorias estáticas podem não refletir novas realidades, como mudança de emprego, casamento, filhos ou novos objetivos.

Solução: Faça uma revisão trimestral do seu sistema de categorias, verificando se ele ainda reflete adequadamente sua vida atual.

5. Confundir data de compra com data de pagamento

Especialmente com cartão de crédito, muitas pessoas registram gastos quando a fatura é paga, não quando a compra foi realizada.

Por que é um problema: Isso distorce a visão sobre quando os gastos realmente ocorreram, prejudicando análises de comportamento e planejamento.

Solução: Sempre registre os gastos na data em que foram realizados, independentemente de quando o pagamento será efetuado.

6. Não incluir gastos sazonais no planejamento mensal

Como mencionado anteriormente, muitas pessoas tratam gastos previsíveis como "surpresas".

Por que é um problema: Isso gera crises financeiras cíclicas e frequentemente leva ao endividamento desnecessário.

Solução: Provisione mensalmente para gastos sazonais, tratando-os como uma "despesa fixa mensal".

7. Misturar gastos pessoais e profissionais

Empreendedores e profissionais autônomos frequentemente misturam categorias pessoais e profissionais.

Por que é um problema: Essa mistura dificulta tanto o controle financeiro pessoal quanto a gestão do negócio.

Solução: Mantenha sistemas separados e, idealmente, contas bancárias distintas para gastos pessoais e profissionais.

Identificar-se com algum desses erros não é motivo para desânimo. Pelo contrário, reconhecer esses padrões é o primeiro passo para corrigi-los e aprimorar seu sistema de categorização.

Benefícios dessa divisão clara

Quando implementada corretamente, a categorização de gastos traz benefícios que vão muito além da simples organização. Vamos explorar como essa prática pode transformar sua relação com o dinheiro:

1. Consciência financeira ampliada

O processo de categorizar gastos força você a olhar para cada despesa, eliminando o "consumo no piloto automático" que drena tantos orçamentos.

Este novo nível de consciência permite identificar padrões que antes passavam despercebidos, como gastos emocionais (compras quando está estressado) ou influenciados socialmente (gastos para impressionar os outros).

2. Eliminação de vazamentos financeiros

Com categorias bem definidas, torna-se fácil identificar onde estão os "vazamentos" - gastos desnecessários ou desproporcionais que comprometem seus objetivos financeiros.

Muitas pessoas descobrem, por exemplo, que gastam mais com delivery do que com o supermercado, ou que determinadas assinaturas raramente são utilizadas.

3. Tomada de decisão baseada em dados

Quando você tem clareza sobre seus padrões de gastos, suas decisões financeiras deixam de ser baseadas em emoções ou suposições e passam a ser fundamentadas em dados reais.

Esta abordagem permite:

  • Negociar aumentos salariais com base em necessidades reais

  • Priorizar cortes de gastos em áreas menos importantes

  • Identificar quais despesas trazem mais satisfação por real gasto

4. Redução da ansiedade financeira

Grande parte da ansiedade relacionada ao dinheiro vem da incerteza. Quando você categoriza seus gastos adequadamente, elimina surpresas desagradáveis e ganha controle sobre sua situação.

Pesquisas mostram que pessoas que mantêm um sistema de categorização de gastos reportam menos estresse financeiro, mesmo quando não possuem rendas elevadas.

5. Aceleração do atingimento de metas

Com suas despesas claramente categorizadas, você consegue identificar oportunidades para direcionar mais recursos para suas metas, seja pagar dívidas, construir uma reserva de emergência ou investir.

Este direcionamento consciente de recursos pode reduzir pela metade o tempo necessário para atingir objetivos financeiros importantes.

6. Melhoria na comunicação sobre dinheiro

Para casais e famílias, a categorização clara facilita conversas sobre finanças, substituindo discussões emocionais ("Você gasta demais!") por análises objetivas baseadas nas categorias acordadas.

Esta mudança na comunicação frequentemente resolve conflitos financeiros de longa data e fortalece o planejamento conjunto.

7. Desenvolvimento de novos hábitos financeiros

O ato de categorizar gastos regularmente cria um momento de reflexão sobre suas escolhas financeiras, o que naturalmente conduz a melhores hábitos de consumo ao longo do tempo.

Muitos relatam que, após alguns meses categorizando gastos, desenvolvem um "filtro mental" que questiona compras desnecessárias antes mesmo que aconteçam.

Como você pode ver, a categorização adequada de gastos não é apenas uma tarefa administrativa, mas uma ferramenta poderosa de transformação financeira e pessoal.

Estudos de caso ou exemplos práticos

Para ilustrar como a categorização de gastos funciona na prática, vamos analisar alguns casos reais (com nomes fictícios) que demonstram diferentes situações e soluções:

Caso 1: Rodrigo, o profissional em início de carreira

Situação inicial: Rodrigo, 25 anos, acabou de conseguir seu primeiro emprego com carteira assinada. Salário de R$3.000, mora sozinho e nunca fez controle financeiro. Costumava chegar ao final do mês sem entender para onde ia seu dinheiro.

Aplicação da categorização:

  • Gastos fixos (50%): aluguel (R$1.000), internet (R$100), assinaturas (R$60), transporte (R$300), plano de saúde (R$150)

  • Gastos variáveis (35%): alimentação (R$600), lazer (R$300), vestuário (R$150)

  • Gastos sazonais + investimentos (15%): provisão para IPVA e seguro (R$100), investimentos (R$350)

Resultado após 6 meses: Rodrigo descobriu que gastava quase R$400 mensais com delivery, muitas vezes por pura conveniência. Ao reorganizar sua rotina para cozinhar mais em casa, conseguiu reduzir este gasto pela metade e direcionou a economia para aumentar seus investimentos. A clareza nas categorias também o fez renegociar seu plano de internet, conseguindo um pacote mais barato.

Lição principal: A categorização revelou padrões de comportamento que passavam despercebidos e ofereceu oportunidades claras de economia sem sacrificar qualidade de vida.

Caso 2: Família Silva, endividada

Situação inicial: O casal Silva tem renda familiar de R$7.000, dois filhos e acumulou R$20.000 em dívidas de cartão de crédito e empréstimos. As contas frequentemente atrasavam e não havia controle sobre os gastos.

Aplicação da categorização:

  • Gastos fixos (60%): financiamento da casa (R$2.000), escola dos filhos (R$1.000), contas básicas (R$600), parcelas de dívidas (R$600)

  • Gastos variáveis (35%): alimentação (R$1.200), transporte (R$500), lazer (R$300), vestuário (R$150), cuidados pessoais (R$300)

  • Gastos sazonais + emergências (5%): provisão para material escolar e imprevistos (R$350)

Resultado após 12 meses: Ao categorizar seus gastos, a família descobriu que gastava quase R$800 mensais com pequenas compras por impulso em shoppings e lojas online. Estabeleceram um sistema de "mesada" para todos os membros da família (incluindo os adultos), limitando gastos discricionários. Também identificaram assinaturas duplicadas e serviços subutilizados. Com as economias, aumentaram o valor das parcelas das dívidas e quitaram tudo em 12 meses, ao invés dos 24 meses previstos inicialmente.

Lição principal: A categorização expôs gastos desnecessários que, somados, comprometiam significativamente o orçamento e prolongavam a situação de endividamento.

Caso 3: Ana, a autônoma com renda variável

Situação inicial: Ana trabalha como designer freelancer, com renda média de R$5.000, mas com grande variação mensal (de R$3.000 a R$8.000). Vivia em constante ansiedade financeira devido à imprevisibilidade.

Aplicação da categorização especial: Ana adaptou o sistema padrão para sua realidade:

  • Gastos essenciais (40% da renda média): aluguel, contas básicas, alimentação em casa

  • Gastos flexíveis (20% da renda do mês): lazer, compras, alimentação fora

  • Gastos profissionais (15% da renda): software, equipamentos, capacitação

  • Provisões + investimentos (25% da renda): impostos, seguros, reserva de oportunidade

Resultado após 8 meses: Ana criou um "salário" para si mesma baseado em sua renda média dos últimos 12 meses. Nos meses bons, o excedente ia para um fundo que chamou de "estabilizador", usado para complementar sua renda nos meses mais fracos. Esta abordagem, combinada com a clara separação entre gastos pessoais e profissionais, reduziu drasticamente sua ansiedade financeira e melhorou sua tomada de decisões sobre quais projetos aceitar.

Lição principal: Para profissionais com renda variável, a categorização deve ser flexível e incluir mecanismos para equilibrar os altos e baixos da receita.

Estes casos demonstram como a categorização de gastos pode ser adaptada a diferentes realidades e como os benefícios vão muito além da simples organização, impactando significativamente a qualidade de vida e as possibilidades financeiras.

Conclusão

Ao longo deste artigo, exploramos como a categorização adequada de gastos pode transformar completamente sua relação com o dinheiro. Vimos que não se trata apenas de uma técnica contábil, mas de uma poderosa ferramenta para ganhar clareza, controle e liberdade financeira.

Revisando os principais pontos que abordamos:

  1. A divisão dos gastos em três grandes categorias (fixos, variáveis e sazonais) proporciona uma visão clara e gerenciável do seu fluxo financeiro.

  2. A implementação prática desse sistema não precisa ser complexa - pode começar com ferramentas simples e evoluir conforme sua necessidade.

  3. Os erros comuns de categorização podem ser evitados com consciência e alguns ajustes simples em sua abordagem.

  4. Os benefícios vão muito além da organização, incluindo redução de estresse, melhoria na tomada de decisões e aceleração no alcance de metas financeiras.

  5. Casos reais demonstram como pessoas em diferentes situações conseguiram transformar suas finanças através da categorização adequada.

O mais importante a lembrar é que não existe um sistema perfeito que funcione para todos. O melhor sistema é aquele que você realmente utiliza consistentemente. Comece simples, ajuste conforme necessário e permita-se errar e aprender durante o processo.

A jornada para o controle financeiro é exatamente isso: uma jornada, não um destino. Cada passo que você dá em direção à maior clareza sobre seus gastos é uma conquista que merece ser celebrada.

Agora é hora de agir. Separe algumas horas esta semana para iniciar seu sistema de categorização. Comece pequeno, seja consistente e observe como essa simples prática pode revolucionar sua vida financeira.

Como você se sente em relação à categorização dos seus gastos hoje? Já tentou separar seus gastos dessa forma? O que achou?

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